Viver é ser gente

Viver é ... ser, gente!!!

Meu combustível é gente

que admite ser gente

e se permite errar,

sem medo de receber de presente

a censura de gente

que busca ser gente

para se agasalhar,

ou dividir a água

que aduba o afeto, a fé de

gente que consegue ficar feliz

com a felicidade das gentes

à procura de um mundo melhor

para toda a gente ... VIVER!

Gente chora, ri, tenta

acerta, erra e crê no difícil

encontro entre o ficar o mudar,

entre o ser e o estar,

entre o segurar e o escapar.

E gente assusta porque

provoca mansinho e

aceita desconfiado a

palavra firme e perfeita.

Gente se encolhe diante

da perfeição indizível.

Gente, sabe, ser gente

é viver -- desafia e pode não compensar.

Gente não espera... luta na

duvidosa possibilidade de

vencer as limitações desumanas.

Convicto, apenas, do mágico

recomeço dos crentes eternos.

Gente, gente não se curva

diante do decisivo opressor.

Gente descobre o delicioso

prazer da troca do verbo

singular para ser o coletivo

pronominal que afaga e

divide alegrias essencialmente

verdadeiras, e surdas, e mudas...

Gente enfraquece e, sem forças,

pede a mão de gente, na certeza

da incerta vontade do outro,

que é gente: compreende ou desconhece

a crença de que se precisa, muitas vezes,

penetrar no profundo e

desconhecido mundo do humano.

Gente, gente é aquele que alimenta

o bem ou o mal, mas convicto

da imprecisa batalha: SER GENTE

é viver a arte de tentar e tentar

aprender a ser o que realmente é

ser ... GENTE!!!