Mãe

Poema para Thaís que me fez Mãe

E tu me escolheste entre tantas mulheres

Olhaste-me, sem que eu ainda te visse

Vestindo-te de amor para em mim habitar

E te fizeste botão a florir em meu ventre

Nem te perguntaste se era primavera

Em ti, não existiam estações quaisquer

Planejaste chegar em tua mansuetude

Trazida pelos braços amorosos da lua

Que também cúmplice iria se fazer cheia.

Sonhaste em vir, quando sorrissem estrelas

E o vento te embalasse doces canções

E pulsaste vida, onde eu não me conhecia.

Ao ouvires a melodia da minha voz

Respondias-me no ritmo de teus membros

No vôo do teu coração , alçavas-me

Quando te entoava apenas o refrão

Daquela canção, em que minhas mãos

Dançavam passos de carícias contigo,

Quando somente te sentia dentro de mim.

Perdia-me em gestos, sussurrando-me

Ah, os segredos que te confidenciava

Nas noites insones, em que te espreguiçavas

Ocupando todos os meus espaços,

Como se até a respiração me levasses.

Parecias querer dizer ao mundo

Que em tuas conversas com Deus

Já havias decidido pelo momento

Em que sorririas em meus braços.

Sim, foste mais que desejada

E quando enfim te deitaste em meu peito

Unindo-te em uníssono ao meu cansaço

Rezei-te na voz do meu silêncio:

Bendita sejas tu filha

Pela Mãe que me tornaste!

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 11/05/2008
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T984628