Canção de Maio

CANÇÃO DE MAIO

Mãe é verbo eterno.

É pranto que não seca

É flor que não se rega

São seios que se desnudam.

Mãe é poema eterno.

É sol que se levanta cedinho

E que finge dormir

Quando a febre nos revisita

a noitinha.

É estrela solitária

num universo de astros sem fim.

Mãe é prece balbuciada

pelos anjos.

São mãos

Que num apelo aflitivo

Aram o chão que recebe o

primogênito.

É terra fértil

Num deserto de incertezas

É corpo, é alma,

Impulso que ama sem

Repulsa.

Mãe... Maria, Joana ou Raimunda.

Na insônia

Meus braços e meus versos

Temem a separação.

Mãe,

Que tua voz nunca se cale

E se um dia eu tiver que beber deste cálice

Que seja então

Na primavera do nosso reencontro.

Valter Costa
Enviado por Valter Costa em 10/05/2008
Código do texto: T983766