Canção de Maio
CANÇÃO DE MAIO
Mãe é verbo eterno.
É pranto que não seca
É flor que não se rega
São seios que se desnudam.
Mãe é poema eterno.
É sol que se levanta cedinho
E que finge dormir
Quando a febre nos revisita
a noitinha.
É estrela solitária
num universo de astros sem fim.
Mãe é prece balbuciada
pelos anjos.
São mãos
Que num apelo aflitivo
Aram o chão que recebe o
primogênito.
É terra fértil
Num deserto de incertezas
É corpo, é alma,
Impulso que ama sem
Repulsa.
Mãe... Maria, Joana ou Raimunda.
Na insônia
Meus braços e meus versos
Temem a separação.
Mãe,
Que tua voz nunca se cale
E se um dia eu tiver que beber deste cálice
Que seja então
Na primavera do nosso reencontro.