ÀS MÃES
Se não houvessem tantos desejos contidos
Talvez valorizassem estes momentos de amor.
Nossos olhares cruzariam em fôlegos sofridos
E num lânguido olhar radiante o suor.
Que foram deixados para depois, das dores, retidos.
Faíscas fulminantes. Fricção em fulgor.
Gotas tímidas tremem na beira dos cílios
Na face, por esmero, deslizam sem convite
E repousa o acre aos doces lábios em concilio.
Ali também estava eu a sorver este néctar
E com um nó na garganta sem saber o por quê
Sentindo-me como um barco a naufragar
Por algo que não conheço e o desejo saber.
Nossos olhos se encheram de lágrimas tímidas
Pelo amor e pela paixão ali contida
Trouxe o frêmito estampar na face sofrida.
E n’um corte umbilical liberta-se novo ser
Ubre o leite materno a amamentar sua cria
Neste sopro divino de virgem tornou-se mulher
São como das sementes do trigo que fazem os pães
Surgira das mulheres uma grande alegria
Apesar de todos os dias ser o dia que bendiz
A magia de consagrar o ‘Dia das mães’.
O dia eterno. Um dia feliz...