Rainha...
Com passos acertados,
Almas entrelaçadas
Risos, êxtase no olhar
Nudez de preconceito
Assim dançavam o mestre-sala --
Valente do samba, perfeito
Ao som da cuíca, do pandeiro
E a pobre porta-bandeira
Que suou o ano inteiro
Em serviço bruto, pesado
Sem marido, desgraçado...
Abandonada com filho e a dor
Hoje nos movimentos levitantes
Pisa na passarela naqueles instantes
A fome, a miséria , o cansaço
Com os pés e o coração de aço
Fantasiada de uma deusa, rainha
Seduz a platéia e todo jurado
Num momento de entrega , pagão
Pra ela, um ritual sagrado
Que encanta qualquer cristão!
Benvinda Palma