QUATRO DÉCADAS
Quatro décadas de um amor celeste,
Ele, Altair, no éter a brilhar sereno,
Ela, Rodes, ilha de paixão investe
Terreno furacão, ele o porto ameno.
Nas noites sem fim, ele tece constelações,
Sua luz é bússola no mar da existência.
Ela dança nas ondas, nas estações,
Raízes de oliveira, alma em resistência.
Ele é calmaria onde o cosmos respira,
Ela, tempestade que o mundo transforma.
Juntos escrevem a saga de união
Céu e terra destilam lavas de vulcão.
Quarenta anos de fogo e quietude,
Estrela no alto, ilha perpétua não apaga,
Ele é verso suave, ela estrofe em amplitude,
Dois opostos que o amor converte em saga.
Altair e Rodes, mesmo na divergência,
Unem o eterno ao efêmero, num só lar.
Ele é paz de outono, ela o verão que avança:
Quatro décadas de amor neste mar a navegar.