CARNAVAIS
Muita euforia, pouquíssima razão, muitos pés, para poucas sandálias...
Carnaval, antídoto passageiro contra diversas fomes, as pestes sociais!
Carne pouca dançando sob os ossos fuga da realidade ilusão refratada.
O bloco do povo dança as metáforas, carnaval é paralogismo, hipérbole,
As marionetes sambam, pulam ao som das quimeras da vida, sofismas!
E, a, quarta-feira de cinzas, os santifica, alforria..., e, lhes vesti o hábito!
E..., o que foi sangue sobre o asfalto, os cálices, derramando os licores,
Irreflexão, histeria coletiva atos e emoções, máscaras cozem na panela.
A máscara sobrepõe-se às máscaras, todos brincam felizes nesse circo.
E, os filhos dos carnavais, antonomásias machistas, os, filhos das putas,
É igual clichês da folia, prosopopéias e, gatos cantam de galo no terreiro.
E..., em cada trio e cada bloco, Zumbi..., apara, as arestas das senzalas...
Tempero e alquimia, transmutação do ser, vassalos põem a coroa do rei,
Reinam seu reinado e, na quarta-feira, são imagens de Judas Iscariotes!
E Momo desprende as antíteses da parede a realidade despiu a fantasia.
E o povo, volta, ao seu habitat natural, batuca lixeiras e, canta os refrões...
Albérico Silva