Ilê Aiyê: A Voz da Ancestralidade
No Curuzu, pulsa um coração negro,
Forjado em luta, resistência e amor.
É o Ilê Aiyê, que brilha há 50 anos,
Espalhando luz, orgulho e cor.
Suas cores, preto e amarelo,
São estandartes de ancestral poder.
Preto de África, de força e história,
Amarelo de ouro, que nunca há de se perder.
Pelas ruas de Salvador,
O Ilê desfila com majestade,
Trazendo temas que são gritos,
De justiça, cultura e liberdade.
Já cantou os reinos africanos,
Rainhas, guerreiros e deuses ancestrais.
Exaltou Benedita da Silva, Ruth de Souza, Carla Akotirene, Mãe Hilda de Jitolu
Com vozes que ecoam pelos carnavais.
No Pelourinho e na Liberdade,
O Ilê é chama que não se apaga.
É o bloco dos excluídos,
Que nunca mais aceita a chaga.
Ilê Aiyê é mais que carnaval,
É templo, é escola, é tradição.
É a poesia viva de um povo,
Que carrega a África no coração.
Cada passo na avenida é história,
Cada tambor é um chamado ancestral.
O Ilê lembra que ser negro é realeza,
E que o racismo nunca será normal.
Curuzu, berço de um sonho coletivo,
Onde a memória jamais se desfaz.
Ilê Aiyê, 50 anos de força,
Eternamente, "Que bloco é esse?" — jamais se calarás!