Borda da Mata

Borda da Mata, terra próspera, amada.

Rincão de minhas origens familiares.

Berço esplêndido de filhos orgulhosos,

Que aqui constituíram os seus lares.

Cidade no encrave de montanhas da Mantiqueira.

Banhada pelas águas do outrora piscoso Mandu.

Saudade dos trilhos da Estrada de Ferro Sapucaí,

Da passarada: canário, sabiá, pintassilgo e anu.

Madrugada latente nos áureos bailes do Literário.

Ao lado a maior das referências, Hotel da Dona Iota.

E ao fim das noitadas com o sol quente na Feira,

Era sagrado o pastelzinho de milho para a patota.

No Cine São Pedro assistir aos grandes dramalhões,

Responder ao chamado e músicas do Carlinho do Hotel.

As intermináveis voltas pelas Praça Antonio Megale,

Quando os namorados sonhavam com a lua de mel.

As procissões de Corpus Christi, uma bênção.

Seus tapetes floridos a enfeitar diversas vias.

As missas solenes e lotadas na Igreja Matriz.

Apostolado com Padre-Nosso e as Ave-Marias.

E o tempo foi se passando nesse paraíso,

Cidade moldurada de belezas, real cenário.

Rica em histórias, tradições e encantamentos.

Celebramos, com muita honra, seu Centenário.