De repente 30
De repente eu quero acordar
E viver
Sair correndo
Para me encontrar
E para me esquecer
De repente
Da vontade de beber vinho
E comer pipoca
E ir parar bem na porta
Para observar
De repente
Eu me vejo
Sendo negra
E com tranças
Satisfazendo meus desejos
E alimentando minha criança
E do nada toda culpa
Todo amor
Toda fartura
Me chamando para ser adulta
Mesmo sem deixar
Minha casa de lego
Desmanchar
De repente
Quero ser poeta
Para em todas as décadas
Transgredir
Sem me asfixiar