BRASIL-COLÔNIA: Homenagem ao Dia de Tiradentes
Versos: hendecassílabos
Autor Valdir Loureiro
Homenagem ao Dia de Tiradentes com este mote em uma linha:
"Que a corda rebenta do lado mais fraco".
1) Ativista? O herói morto
Joaquim José da Silva Xavier
sentiu dentro da alma a bravura, onde dói:
pagou com a sua vida, a sua fama de Herói
da Inconfidência e do seu mister.
Foi contra a Coroa de uma chanceler:
da Rainha lusa; e "um brasil opaco"*.
Em outras palavras: "caiu no buraco"
da Separação com que tanto sonhava.
Lutou, mas não via enquanto lutava
que "A corda rebenta do lado mais fraco".
Notas da estrofe 1:
*Alusão ao tempo em que o Brasil era Colônia de Portugal, e não somente à Rainha que mandou enforcar Tiradentes.
2) Suposta influência da revolta
A história dele¹ ficou totalmente
relacionada à Inconfidência
que se deu em Minas com certa influência
de alguma revolta, em outro Continente —,
pois houve na França (estava recente)
a Revolução Popular² que eu destaco.
Portugal ardeu-se ao perder o pataco³
que o Brasil-Colônia deixou de pagar;
prendeu Tiradentes, para esquartejar,
que "A corda rebenta do lado mais fraco".
Notas da estrofe 2:
¹O certo é “sua história”; mas foi usado “história dele” para facilitar a métrica.
²Revolução Francesa em 1789.
³Pataco: popularmente, dinheiro; alusão à cobrança de imposto.
3) O Mártir: "bode expiatório"
Era a maioria dos inconfidentes
de homens cultos, ricos e poderosos;
talvez tenham até ficado mais famosos,
depois que quiseram ser independentes*.
Porém um Tenente, que era Tiradentes,
ficou sem saída: culpado e velhaco?
Entrou na “sinuca de bico”¹, sem taco²;
virou, afinal, um “bode expiatório”³;
morreu sem direito a ter um velório?
que "A corda rebenta do lado mais fraco".
Notas da estrofe 3:
*Alusão à elite mineira daquela época.
¹Situação em que a pessoa não tem saída.
²Sem arma de pau e nem outra qualquer.
³Pessoa a quem se atribui toda culpa e revés.
4) "A corda de Tiradentes"
"O pássaro sonhava com a liberdade"
porque se achava amarrado no ninho
ou como uma ave furada de espinho,
contando os buracos da perversidade.
Achou que isso era arbitrariedade,
“o pássaro no ninho, a cobra no buraco”;
“’sinuca de bico’, pancada de taco”;
o jogo era bruto e o veneno, mortal.
E o Brasil-Colônia disse a Portugal
que “A corda rebenta do lado mais fraco”.
Notas da estrofe 4:
*"Liberdade ainda que tardia" é a tradução de Libertas Quæ Sera Tamen, proposta pelos inconfidentes para marcar a bandeira da república que idealizaram, na Capitania [dos Portos] de Minas Gerais (https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_ainda_que_tardia).
Referência: http://www.historiadetudo.com/dia-tiradentes.
5) Adendo ao mote:
Reconhecimento da bravura
"Liberdade ainda que [seja] tardia."*
Botaram essa frase em uma bandeira;
foi lema da Inconfidência Mineira
que nasceu no ventre da mãe Rebeldia.
O lema foi feito na Capitania,
entrou na Bandeira de Minas Gerais.
Hoje Tiradentes tem mérito a mais:
é “O Patrono Cívico do [nosso] Brasil”.
Virou feriado "vinte e um de abril" —
quando o transformaram em restos mortais.
Notas do poema:
1ª) Morte de Tiradentes: 21 de Abril de 1792. Feriado Nacional: 21 de Abril.
2ª) 1792: esse ano foi perto da Revolução Francesa, em 1789.