BARAK OBAMA
Este texto, inédito desde 2008, foi feito em homenagem ao primeiro homem negro que ocupou a Presidência e um pais racista.
Publico-o na minha Página do RECANTO DAS LETRAS oferecendo-o todos os meus amigos(a) que acreditam na vitória Meritocracia que, somente, a Democracia permite e oferece a todos os cidadãos de qualquer lugar do mundo.
Barak Obama
Ao redor das labaredas de secular fogueira,
Ao Som dos tambores e dos atabaques
Dançam guerreiros africanos
De pés descalços, altos e magros,
E num ritmo frenético de vozes e de sons,
Elevam um Canto, para saudar Barak Obama.
Das sepulturas dos escravos mortos,
Em cada canto do mundo escravagista,
Surge um grito de dor e de angustia,
Pedindo que se faça a secular justiça,
E se materializa além das tumbas
E elevam um canto para saudar Barak Obama.
Uma criança negra e miserável representando
Todas as crianças negras e miseráveis,
Analfabetas e famintas, junta as mãos ao céus
E eleva os olhos a luz, e firma o corpo frágil e indefeso
Sobre os montes de lixos onde convive com abutres roubadores,
E balbucia uma prece desesperada pedindo o milagre de um pão
Para matar a fome e seu pedido sobe para o alto
E Eleva um Canto de dor, para saudar Barak Obama.
De alguma cabana abandonada
Na selva do Viet Nam, onde certamente, repousam,
Restos mortais de negros americanos,
Se ouve uma perdida vos
Que se eleva em um canto para saudar Barak Obama.
Das trincheiras do tempo de hoje,
Cavadas nas ruas de alguma cidade destruída,
As baionetas se calam, os fuzis e as metralhadoras silenciam,
E da solidão e da dor da guerra se juntam vozes que
Se elevam em um canto para saudar Barak Obama.
Dos campos de algodão americanos,
Das trincheiras das guerras de sulistas e nortistas,
Das ruas de Carolina do Norte, De detroit e de Ilinois,
Se reúnem fantasmas de negros e de brancos,
Que combateram, em desigual batalha,
E de mãos juntas e de vozes únicas,
Elevam um canto para saudar Barak Obama.
Ante a visão dantesca de um navio negreiro,
Carregando negros que de reis, viraram escravos,
Castro Alves, escreve um poema
Que se levanta das ondas tempestuosas
E se projeta no infinito do tempo e do universo,
E sobe aos céus e brada aos Deuses,
Um canto para saudar Barak Obama.
A Raça Negra Mãe, de Martin Luther King,
que vê seu filho agonizante,
Ao ser atacado de mortal ferida,
Olha o semblante que se esvai em sangue e lágrimas,
E lança uma fatal sentença:
Agora te mataram e mataram contigo as liberdades
Que sonhastes para nosso povo.
Mas, por fatal destino, haverás de renascer
E neste sangue negro, forte e novo,
Haverás de estar lutando e, sendo vitorioso,
E cantando, contigo, estará Barak Obama.
Porto Alegre, RS, 08 de novembro de 2008