Sim, tenha muitas felicidades e tenhas mais do que queiras, amor

Um momento, como é a vida fugaz,

é tanto eterno e belo por ele e por quem o perceba singelo.

A intensa paixão, o amor sublime,

que dos amantes faz o paraíso,

não pede licença para ser

e nos renasce quando acontece.

Quem de fora nos percebe,

nos vê canção e rosa em águas plácidas, no entanto,

tal a energia do encanto.

Se acaba o amor, se a paixão se esvai,

fica o pesar, o lamento tanto.

O tormento da solidão a embalar noites e dias,

tempestades e calmarias.

É angústia que não se acaba, parece.

Em redemoinho o pensamento,

a viagem um tormento.

Não nos salva nem a prece.

As noites são pedras de breu.

A morte ronda, espreita.

Pesadelos recolhem a crueldade do mundo.

Nem estrelas, nem luares; soturnos pesares.

O mundo desaba lá fora. A energia,

por dentro lenta, se acaba com o dia.

A fuga na tropelia da hora não encontra a alegria.

É possível a transformação, no entanto.

A superação que cessa o pranto.

A emoção que muda por dentro,

um mergulho na razão.

O amanhecer nos dirá sim outra vez.

A vida pode renascer feliz.

É uma questão de tempo, talvez.

E também de merecer.

De nos encontramos com a outra pessoa além de nós.

De pensar que o mundo muda por esse agir.

Por dar e receber amor, também.

Razão de nossa paixão e porvir.

(com o movimento scherzo da 9ª Sinfonia de Beethoven e imagens de Salvador Dali, veja, ouça e leia aqui:

http://www.overmundo.com.br/banco/sim-queira-muitas-felicidades-e-tenha-mais-do-que-queiras-amor