EBENÉZER
Mato brabo, pancuã,
Terreno árido e baldio,
Numa cultura pagã
E um ambiente bem sombrio,
Como era este local,
Foi que o Pai Celestial
Projetou este plantio.
E, por divina Vontade,
Aqui plantou Sua igreja.
E um canteiro da Verdade
Fez com que este local seja.
Onde vidas ressecadas
Estão sendo reformadas.
E bem mais a gente almeja.
Pois o Grande Agricultor
Tem sido nosso sustento,
E a Sua Palavra de Amor,
Nosso sólido Alimento,
Que nos dá a cada dia
Na tristeza ou na alegria,
O devido crescimento.
Mesmo que tenha o inimigo
Já tentado semear
Ervas que causam perigo
A quem quer frutificar.
Porém, não teve sucesso
Pois não pode ter acesso
A quem Deus n'Ele enchertar.
Lutas e dificuldades,
Aqui temos de montão.
Mas, Deus dá habilidades
Pra tornarmos o limão
Em gostosa limonada
Que de azedo não tem nada,
Se transforma em nutrição.
E, assim, tornou nosso pranto,
Que era tanto, em farto riso.
E nos dá um novo canto
Toda vez que é preciso.
Transformou o nosso clamor
Em glória e muito louvor,
E nos trouxe ao Paraíso.
Agora vamos contar
Um pouco a história do nome
Que ela veio a se chamar
E que hoje tem um bom renome.
E nesta rima prosaica,
Digo que é de origem hebraica
E de muitos, codinome.
Primeiro nome de aldeia,
Foi o nome que lhe deram.
Mas também ele nomeia
Coisas que depois vieram,
Tais como vamos contar
Nos versos a declamar,
Conforme o que nos disseram.
De EBENÉZER foi chamada
Que, em sentido literal,
É "Pedra de Ajuda", alçada
Pra demarcar o local
Onde o povo de Deus
Derrotou os filisteus,
Do que é Memorial.
Deus foi "Pedra de Ajuda"
Ao Seu povo arrependido
E deu vitória na luta
Contra um grande inimigo.
E Samuel declarou:
"Até aqui nos ajudou
O Senhor" Deus, nosso amigo!
Com este nome sugestivo,
A nossa Congregação
Tem servido ao Deus vivo
Com muita dedicação.
E, de certo, a nossa história
Vai continuar na glória
Com louvor e adoração.
Certos de que Jesus Cristo
É o nosso Fundamento
E o Alvo que temos visto
Para o Qual, é nosso intento
Prosseguimos sem parar
E o Grande Prêmio alcançar
Por dobrar nosso talento.
Mas vamos contar um pouco
Como tudo começou.
Pra muitos, projeto "louco",
Mas foi Deus quem semeou
Num inquieto coração
Que, com determinação,
A "loucura" realizou.
No dia dez de abril
Do ano de dois mil e um,
Neste canto do Brasil
Só se ouvia o zum-zum-zum,
De que a Igreja Cristã
Plantaria uma irmã
Neste lugar incomum.
O pastor Francisco Henrique
Foi que esta Igreja plantou.
E, mantendo o mesmo pique,
Joelson Almeida a regou
Como o líder pastoral
Com um corpo diaconal
Que aqui muito trabalhou:
O irmão Elias Beltrã
Foi o vice-presidente
Que a nova Igreja Cristã
Conduzia, estava à frente.
Com o Adonias Barreiros
Aldo Braga e outros parceiros
Cada qual mais competente.
Irmãos Francisco Vicente,
O João Paulo, o Júnior Valdo,
João Pacheco, homem valente,
O Sebastião Geraldo
E o Lieglesson do Amaral,
Estão neste Memorial,
Pois, pra isso, têm respaldo.
Marciro, Moisés Fernandes
Nazareno, Ana Maria,
Com os seus corações grandes,
Serviram com alegria
No andamento desta obra,
Pelo que a gente redobra
Por eles, nossa empatia!
A Helem Rose também
Parte é desse grupo honroso
Que obedeceu, muito bem,
O Ide do Deus poderoso.
Joana D’arc e Iza Maria
Tendo sempre a companhia
Da irmã Sereny Cardoso.
Foram anos de labuta
Nesta honrosa missão
De, mesmo diante da luta,
Render nossa adoração
Ao Deus Trino, o criador,
Propagando o Seu Amor
E sendo edificação.
A Congregação cresceu
E, então, fez-se necessário
Que a mãe desse o que era seu
Do modo mais ordinário
Com a devida orientação
Pra que a filha, da missão,
Seguisse o itinerário.
Depois de um longo processo,
Neste ano que se inicia,
Constatando o seu progresso,
É com muita alegria
E com bem maior prazer
Que vamos aqui dizer
O que a história presencia.
Hoje, sete de janeiro
É nossa emancipação.
E o Senhor é o primeiro
Fim da nossa gratidão,
Pelo materno sustento
Que nos deu o crescimento
Pra cumprirmos a Missão.
Melquesedeque Martins
É o nosso atual pastor.
Cooperadores afins
São da seara do Senhor,
O Diego Chaves Santos
José Aldoene e outros tantos,
Que fazem tudo com amor.
Juraci Santos Pantoja,
Não se sabe ao certo quantos,
Pedro Lino, outro Pantoja
Sandoval, Raimundo Santos,
A irmã Raimunda Sá,
Também a Zoete está
Dentre esses, e outros tantos.
Pastor Osmar Oliveira,
Presidente regional,
Desta região ribeira,
Amazônia Equatorial,
Conosco tem se empenhado
Pra ser tudo organizado
À luz denominacional.
O pastor João Duarte,
Presidente da Igreja,
Foi o que, com a mesma arte
Com que a Palavra maneja,
Com zelo e com precaução
Cuidou da emancipação.
Glória a Deus! E que assim seja.
Nossa denominação
Também, de certo, festeja
Nossa emancipação.
Seremos mais uma igreja
Que, a ela afiliada,
Será dela uma aliada
Nesta divina peleja.
E aqui não se poderia
De modo nenhum deixar
De falar, com honraria,
Pode alguém até chorar,
De quem nesta construção
Um do outro foi a mão
E o ombro pra consolar.
Nelson Castelo Pacheco,
Hoje entre nós em memória.
Trabalhou sem ter sossego
E hoje é parte desta história.
Foi um homem de labores
Que venceu as suas dores
E hoje descansa na glória!
Esdras Viana Cardoso,
Foi outro bravo guerreiro
Que, sempre muito engenhoso,
Foi do Nelson companheiro.
Desde a tenra construção
Até a organização
Deste divino Canteiro.
Outro que veio somar
E teve o nosso respaldo,
Que aqui queremos falar,
Pois daqui partiu com saldo
E foi para a eternidade,
E sempre será uma saudade,
É do pastor Reginaldo.
Assim, meio emocionados,
Nós queremos encerrar
E esses fatos relatados,
Nossa história, vão estar
Sempre em nossos corações
E às futuras gerações
Todos nós vamos contar.
Certos de que Deus ajuda,
Porque até aqui ajudou.
Que Ele sempre nos desnuda
De todo ódio, mal, rancor...
Para que a nossa Igreja
Esteja firme na peleja
Contra o mundo pecador.
Que nesta nova jornada,
Esta história se repita.
E esta igreja emancipada,
De outra igreja corte a fita.
E o que Reino de Deus cresça
Para que Ele apareça
E outra história seja escrita.
Ezequias Moreira,
poeta menor;
Bagre, 4 a 6 de janeiro de 2024,
início do inverno marajoara.