Paradoxo carnavalesco
Para o amigo dileto e folião ancestral, João Paulo Sanábio.
Na Vila, Noel!
Na Mangueira, Cartola!
Na Portela, Monarco!
Aqui, nas adjacências,
humildemente embarco
numa solução de menino,
nem pobre, nem rico,
se peço penico
num levante atrevido,
um sassarico.
Fala quem quer,
se na aldeia vier
de uma parte baixa,
que não se encaixa,
que não se sabe ter união,
uma disfarçada alegria de estrela,
um cruzeiro amarelo e vermelho,
um pirata,
um vilão.
Eu, arlequim desconjuntado,
desconcertado de chuva,
trago na mala velha,
a fantasia remendada
e vou na quarta-feira,
tépido, na enxurrada,
relembrar do longe,
Ribeirão.