NOS MEUS SETENTA E SETE
(Descobri que, por um descuido, não postei este poema no momento certo (há dez anos). O faço agora, juntamente com o poema dos oitenta e sete anos.)
(A esposa)
Mal o sol apareceu
E mostrou as suas cores,
Ainda embaixo dos lençóis,
Me acordou e me abraçou
E me desejou felicidade.
Esquecendo as suas dores
Que chegaram com a idade
Me deu aquele sorriso
Que há cinquenta e sete anos
É tudo de que eu preciso.
(Os filhos)
O primeiro, que é cantor,
Viajou pra trabalhar,
Mas lá, sei que cantou
Aquelas canções de amor
Que me fazem emocionar.
E me avisou todo contente
Que o meu melhor presente
Em sete meses vai chegar.
O segundo, mais contido,
Me convidou para almoçar.
Trouxe a linda companheira
E uma camisa pra eu usar.
Me abraçou com tal carinho
Que mal pude me conter.
Que melhor aniversário
Alguém poderia ter?