UMA CAMINHADA E TANTO! (
Saga da Família Calazans em Brasília-1967-2007)
Uma caminhada e tanto
Como aquela do Deserto
Com a diferença, talvez
De não ser a céu aberto
Alguma comparação se faz
De uma família que emigra
Em busca do seu recanto!
Deixou para trás as trilhas
Lá daquela terra sua
Costumes aqui diferentes
Num lugar de toda gente
Porém de seu, só as ruas
Saltaram no Bar Estrela
Desde ali podiam vê-la
Os tempos eram difíceis
Sem trabalho, ninguém brilha!
Para cá, já antes viera
Kubstchek de Oliveira
Mineiro, também, destemido
Que venceu muitas barreiras
Numa construção difícil
Mas havia conseguido
Inaugurar Brasília, a cidade
Patrimônio da Humanidade
Do país, a Capital
Alguma coisa já tinha
Mas estava, ainda, mal!
Num deserto de miragens
Chega a família, há um bom tempo
Em terra ainda selvagem
Vai caminhando a contento
Os chefes desta família:
Seu Pedro e Da. Maria
Os seus filhos:
José Pedro, Margarida, Agmaria
Sinerma, Urias, Olívia
Delma, Geraldina, Silas Pedro
Era ainda pequenino
Tiveram de Deus as bênçãos
Trilharam estes caminhos!
RECORDAÇÃO
(José Pedro Calazans relembra nesta letra de música de sua autoria, cantada pelos violeiros daquela sua região, seus tempos bão de
Família toda reunida):
Eu nasci em Minas Gerais na fazenda Gavião
Numa casa coberta de palha e o piso era de chão
As paredes de pau em pé e formava um clarão.
O vento e o frio era tanto que gelava os pés e as mãos.
Nossa terra era pequena mais de tudo ela produzia
Cana, mandioca e frutas lá todo ano perdia.
Minha mãe colhia algodão cardava, fiava e tecia
Trabalhava com perfeição nossa roupa ela que fazia!
O meu pai era um homem pobre, mas querido na região
Toda tarde os vizinhos chegavam, conversavam e pedia opinião
Meu pai entendia de tudo e sabia dar explicação
Conversavam até muito tarde e saía com satisfação!
Quando lembro eu tenho saudades daquele tempo bão
No brejo plantava o arroz e na roça plantava feijão
O café era de rapadura e o arroz limpava no pilão
Hoje acabou tudo isto, só me resta a recordação!
Daqui mesmo, no Distrito, recorda-se:
Que cavalo abelhudo! Bebe a água do tambor
Comprada por alto preço, que animal sem amor
A que não bebe, deixa-a suja
Eram estes tempos, sem água, com cavalos, de lambuja!
LAVANDERIA OURO FINO - NA W3
Agmaria, recorda bênção do primeiro emprego
Lavanderia Ouro Fino, com este nome se afina
Ainda resiste na esquina
O prédio na W3
Há décadas, o certo mesmo, não sei
O nome ainda está lá
Há um bom tempo, já faz
Por aqui é que ficavam os tais Sertões de Goiás!
QUE DECEPÇÃO!
Chega depois, um pouquinho
Tinha ficado pra trás
Sinerma logo ao chegar
Com este quadro se depara
Um barraquinho de táboas
O guarda-roupa, um cordel
Encontra sua Mãe enferma
Faltava isso, meu Deus!
A decepção foi tanta,
Deu vontade de voltar
Rever a sua cidade
Mineira, de Lagamar
A terra onde nasceu
Que fartura, ali havia!
A casa de muitos cômodos
Cabia toda a família!
É normal em terra estranha
Lamentar rincão querido
Mas agora era demais
A Deus, não tinha pedido
Tão apertado lugar
Só restava a esta menina
Pedir a Deus e chorar
Que Ele, do céu ouvisse
A sua oração pedindo
Melhor casa pra morar!
DELMA E DA. MEREN
Há tempos que não se vêem
Mas notícias, uma da outra têm
Morando na mesma casa
Daquele endereço, ao lado
Vizinha e muita amiga
Lá está Da. Merem
Buscando ajudar alguém
Naqueles tempos passados
Do começo da cidade
Difíceis de se aturar
De falta d’água e de tudo
Não falta solidariedade!
Na doença está presente
Com seu mingauzinho quente
juntas elas fazem, crochê
Brasília integra o país
Ensina a comer Pequis!
Professor Joca, o esposo
Que Deus levou para si
Um ilustre escritor
Da terra dos Tocantins
Não lhe faltava o amor!
GERALDINA, UM EXEMPLO
Ficou uma imagem sua
De seus tempos de estudante
Correndo após o trabalho
Saindo muito elegante
Com seu casaco pesado
O frio aqui era danado!
Com sua colega Neusa
Era a hora de partir
Se é tempo de estudar
Melhor, mesmo, é não dormir!
Correu atrás, conseguiu
Deu bons exemplos pra turma
Que chegaria, também
Sobrinhos e outros, agora
Mirem bem no seu esforço
Pra que na Escola não durmam!
DIOMARIO GRATO A DEUS!
Diomario muito grato
Relata daqueles tempos
Seu trabalho muito duro
De vigilante noturno
Com úlcera estomacal
Agora, a Deus rende graças
Que o curou do seu mal
Deixou cigarro e a pinga
Glória a Deus! Glória a Jesus!
Que até hoje nos conduz!
Às vezes todo molhado
Chega em casa de manhã
Para cuidar da família
Ele a esposa Margarida
Seguem em frente nesse afã
Cuidam bem da meninada
E hoje cercado por eles
É só uma festa animada!
TRAPALHADA DO ABEL:
Recordo de tempos idos
De um vexame que passei
Ali no ponto de ônibus
Quando minha esposa deixei
Dei um beijo no congote
De uma mulher estranha
Pensando que fosse a minha
Que trapalhada tamanha!
As duas riam de mim
Seguiram viagem, assim!
MARATONA ATRÁS DA MARMITA!
Corri atrás da marmita
Que aquele ônibus levou
Desceu pra Rodoviária
Pelo atalho, estou à frente
Me passem minha quentinha
Pois não se leva comida
Do trabalhador, ó xente!
Em andamento para qualquer pessoa da família
que quiser contar sua história....
Saga da Família Calazans em Brasília-1967-2007)
Uma caminhada e tanto
Como aquela do Deserto
Com a diferença, talvez
De não ser a céu aberto
Alguma comparação se faz
De uma família que emigra
Em busca do seu recanto!
Deixou para trás as trilhas
Lá daquela terra sua
Costumes aqui diferentes
Num lugar de toda gente
Porém de seu, só as ruas
Saltaram no Bar Estrela
Desde ali podiam vê-la
Os tempos eram difíceis
Sem trabalho, ninguém brilha!
Para cá, já antes viera
Kubstchek de Oliveira
Mineiro, também, destemido
Que venceu muitas barreiras
Numa construção difícil
Mas havia conseguido
Inaugurar Brasília, a cidade
Patrimônio da Humanidade
Do país, a Capital
Alguma coisa já tinha
Mas estava, ainda, mal!
Num deserto de miragens
Chega a família, há um bom tempo
Em terra ainda selvagem
Vai caminhando a contento
Os chefes desta família:
Seu Pedro e Da. Maria
Os seus filhos:
José Pedro, Margarida, Agmaria
Sinerma, Urias, Olívia
Delma, Geraldina, Silas Pedro
Era ainda pequenino
Tiveram de Deus as bênçãos
Trilharam estes caminhos!
RECORDAÇÃO
(José Pedro Calazans relembra nesta letra de música de sua autoria, cantada pelos violeiros daquela sua região, seus tempos bão de
Família toda reunida):
Eu nasci em Minas Gerais na fazenda Gavião
Numa casa coberta de palha e o piso era de chão
As paredes de pau em pé e formava um clarão.
O vento e o frio era tanto que gelava os pés e as mãos.
Nossa terra era pequena mais de tudo ela produzia
Cana, mandioca e frutas lá todo ano perdia.
Minha mãe colhia algodão cardava, fiava e tecia
Trabalhava com perfeição nossa roupa ela que fazia!
O meu pai era um homem pobre, mas querido na região
Toda tarde os vizinhos chegavam, conversavam e pedia opinião
Meu pai entendia de tudo e sabia dar explicação
Conversavam até muito tarde e saía com satisfação!
Quando lembro eu tenho saudades daquele tempo bão
No brejo plantava o arroz e na roça plantava feijão
O café era de rapadura e o arroz limpava no pilão
Hoje acabou tudo isto, só me resta a recordação!
Daqui mesmo, no Distrito, recorda-se:
Que cavalo abelhudo! Bebe a água do tambor
Comprada por alto preço, que animal sem amor
A que não bebe, deixa-a suja
Eram estes tempos, sem água, com cavalos, de lambuja!
LAVANDERIA OURO FINO - NA W3
Agmaria, recorda bênção do primeiro emprego
Lavanderia Ouro Fino, com este nome se afina
Ainda resiste na esquina
O prédio na W3
Há décadas, o certo mesmo, não sei
O nome ainda está lá
Há um bom tempo, já faz
Por aqui é que ficavam os tais Sertões de Goiás!
QUE DECEPÇÃO!
Chega depois, um pouquinho
Tinha ficado pra trás
Sinerma logo ao chegar
Com este quadro se depara
Um barraquinho de táboas
O guarda-roupa, um cordel
Encontra sua Mãe enferma
Faltava isso, meu Deus!
A decepção foi tanta,
Deu vontade de voltar
Rever a sua cidade
Mineira, de Lagamar
A terra onde nasceu
Que fartura, ali havia!
A casa de muitos cômodos
Cabia toda a família!
É normal em terra estranha
Lamentar rincão querido
Mas agora era demais
A Deus, não tinha pedido
Tão apertado lugar
Só restava a esta menina
Pedir a Deus e chorar
Que Ele, do céu ouvisse
A sua oração pedindo
Melhor casa pra morar!
DELMA E DA. MEREN
Há tempos que não se vêem
Mas notícias, uma da outra têm
Morando na mesma casa
Daquele endereço, ao lado
Vizinha e muita amiga
Lá está Da. Merem
Buscando ajudar alguém
Naqueles tempos passados
Do começo da cidade
Difíceis de se aturar
De falta d’água e de tudo
Não falta solidariedade!
Na doença está presente
Com seu mingauzinho quente
juntas elas fazem, crochê
Brasília integra o país
Ensina a comer Pequis!
Professor Joca, o esposo
Que Deus levou para si
Um ilustre escritor
Da terra dos Tocantins
Não lhe faltava o amor!
GERALDINA, UM EXEMPLO
Ficou uma imagem sua
De seus tempos de estudante
Correndo após o trabalho
Saindo muito elegante
Com seu casaco pesado
O frio aqui era danado!
Com sua colega Neusa
Era a hora de partir
Se é tempo de estudar
Melhor, mesmo, é não dormir!
Correu atrás, conseguiu
Deu bons exemplos pra turma
Que chegaria, também
Sobrinhos e outros, agora
Mirem bem no seu esforço
Pra que na Escola não durmam!
DIOMARIO GRATO A DEUS!
Diomario muito grato
Relata daqueles tempos
Seu trabalho muito duro
De vigilante noturno
Com úlcera estomacal
Agora, a Deus rende graças
Que o curou do seu mal
Deixou cigarro e a pinga
Glória a Deus! Glória a Jesus!
Que até hoje nos conduz!
Às vezes todo molhado
Chega em casa de manhã
Para cuidar da família
Ele a esposa Margarida
Seguem em frente nesse afã
Cuidam bem da meninada
E hoje cercado por eles
É só uma festa animada!
TRAPALHADA DO ABEL:
Recordo de tempos idos
De um vexame que passei
Ali no ponto de ônibus
Quando minha esposa deixei
Dei um beijo no congote
De uma mulher estranha
Pensando que fosse a minha
Que trapalhada tamanha!
As duas riam de mim
Seguiram viagem, assim!
MARATONA ATRÁS DA MARMITA!
Corri atrás da marmita
Que aquele ônibus levou
Desceu pra Rodoviária
Pelo atalho, estou à frente
Me passem minha quentinha
Pois não se leva comida
Do trabalhador, ó xente!
Em andamento para qualquer pessoa da família
que quiser contar sua história....