NATAIS INESQUECÍVEIS
São tantas as lembranças natalinas!
Na minha família,
eu, quando menina,
via, todos os anos,
minha vovó a montar o presépio dela.
E em janeiro,
findando o ciclo do Natal,
lá estava ela,
a desmontar tudo.
Ela falava, com muito gosto,
que tinha chegado a queima da lapinha.
Eu via a árvore de Natal em minha casa.
Também olhava,
com atenção e encanto,
a árvore natalina na casa de vovó.
E com os olhos nela,
enchia-me de alegria.
As músicas desta época eu cantava e ouvia.
Meu olhar, em todo aquele colorido, se perdia.
E, para todo o mundo, aquela felicidade eu desejava.
Até para a celebração do pastoril eu ia.
Escutava as canções,
e via as meninas,
que, a cantar, dançavam.
Lembro-me dos presentes.
Alguns
na memória e no coração
foram marcantes, certamente.
Uma boneca com a roupa verde,
eu ganhei quando muito pequena.
E, junto com minhas irmãs,
muito brinquei
e, feliz, festejei.
Natal sempre era,
para mim,
festa cheia de surpresas.
Com refrigerante, bolo
Figo, fruta cristalizada
sanduíche, entre outras delícias
Todos os anos já sabia que haveria.
Mas sabe por que essa sempre foi,
por mim,
uma festa tão esperada?
Era que havia, ali,
amor, simplicidade.
Sorrisos, brilho, felicidade
Por isso, me sentia tão à vontade.
No entanto, minha infância não foi de
sorriso, apenas.
Nesses dias, havia sonhos, também.
Inquietavam-me algumas coisas.
Eu sabia que em minha casa
havia problemas.
Em meio a tudo isso,
eu recebia amor,
amizade de verdade.
E, com certeza,
tudo isso formaria uma árvore
que, de tão alegre,
era da mais pura beleza.
Ana Carlota Rilho
Direitos autorais reservados
Revisora textual e tradutora. Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Secções do Brasil e de Portugal, Acadêmica Imortal da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL) e Imortal Fundadora da Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA). É Divulgadora da Editora Artecultural.