A felicidade do homem
Encara o homem a linha tênue do absurdo
tentando dar à existência uma explicação...
Frente aos apelos da ciência faz-se surdo...
Se sujeitando ao senso comum do coração.
E enquanto rejeita a sua vida sem sentido
vê-se um indivíduo desconexo e revoltado.
Repete os erros num esforço desmedido
de ser “o Sísifo do seu tempo", condenado.
Se por justiça clama e luta em demasiado
põe-se em guerra pelo ideal de liberdade.
E tão logo percebe-se ser livre, extasiado,
dá-se conta que não é justo de verdade.
Pois toda a conduta ilibada é bem regrada
e sob regras acha-se o espírito injustiçado.
Porquanto a ideia de felicidade consagrada
sem liberdade tem o princípio destroçado...
"Pra ser feliz há que existir doce harmonia
entre os planos do indivíduo e sua sorte".
Nos disse Camus, rejeitando a Teosofia.
Que a felicidade está no amor, eis seu aporte:
“Não ser amado é sobreviver em agonia
e não amar é estar condensado à morte”.
Adriribeiro/@adri.poesias
Poema escrito em homenagem ao escritor e filósofo da felicidade Albert Camus ( 7/11/1913 - 4/01/1960). O romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino que militou em favor da Resistência francesa durante o pós-guerra.
A referida homenagem encontra-se publicada na Antologia Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal organizada por Verônica Moreira e Sérgio Diniz da Costa.