Rua Santa Clara, quanta saudade!
Infância querida
Ah! Que saudade que tenho dos tempos de criança
As manhãs eram alegres, o dia passava agitado
À noite, eu bem cansado deitava ao colo de meus pais.
Ah, que saudade que sinto das festas, lá do tempo
Em que eu ainda era um menino. Brindava a mãe natureza
Buscando em bandeirinhas tantas belezas
Que nem arco-íris seria capaz!
Que saudade dos almoços de domingos
Mesa farta cheia de alegria, em mim, era tanta felicidade
Que nem cabia mais! Quanta saudade daquele tempo
Da época das férias escolares, rua cheia de gente, cheia de vida!
Lembro-me bem dos carrinhos rolimãs, das brincadeiras
De pique-esconde, bandeirinha. Das bolas de gudes
Do pular corda nos quintais, das trocas de figurinhas
E, da tão sonhada hora do pera, uva ou maçã?
Lembro-me dos benditos dedinhos entreabertos
Que permitiam ver bem de perto, a quem queríamos beijar.
Saudosa infância querida, quantas amizades, quanta saudade!
Quantos sorrisos de crianças. Lembro-me dos namoros
Pelas esquinas, dos encontros marcados nas Festas Juninas
Do primeiro beijo quanta ingenuidade, quanta beleza!
E a certeza de que num dado momento
Uma ou outra mãe iria chegar na janela para gritar:
Chega! Já é tarde, vão para casa meninos.