sobre asas da amizade (setembro amarelo)
sobre as asas da amizade
lembrar de soltar o anjo de sua mão
tal qual uma asa amiga
a quem anseia desistir da vida
por uma ferida que se desabrolha
à mais fina flor do toque
lembrar de se doar no que pode
que a tristeza é toda revestida
duma renda infinitamente fina
a se coser torto, sem ritmo,
ao tênue acorde surdo do drama
lembrar-se de que só o silêncio consente
aos que verdadeiramente amam
prantear duplamente
o riso dum olhar
que defronta abismos
sob nenhum risco
de flutuar
como condor
a
lib
er
ta
çã
o
du
ma
d
o
r
(Kátia Surreal)