Páscoa

Eu testemunhei os fatos...

Sendo um dos legionários

Incumbidos por Pilatos

Da missão tão insolente

De conduzir ao calvário.

O Galileu inocente.

Vi Pilatos opulente

Lavar as mãos na bacia

E agradar a multidão

Condenando um inocente

A morrer em agonia

Dando sua aprovação

E o povo, tão confuso

Gritava-lhe crucifica!

E nos solte Barrabás

A lembrança que fica

Apesar de todo o abuso

O homem estava em paz

Apanhou e foi humilhado

Chicoteado e cuspido

Sem dó e sem piedade

O Pai estava ao seu lado

E a dor do filho querido

Resgatou a humanidade

Me deram o andrajoso

Amarrei-lhe um madeiro

E se ergueu tremulante

Porém forte e corajoso

Conduziu o seu argueiro

Até o último instante

No Calvário, o condenado

Perdoou os seus tiranos

E cravado em uma cruz

Bradou bem alto, Jesus:

Pai, está consumado, e

Cumpridos os seus planos!

Agora entendo, por fim:

A cruz que trago no peito

Não é um mero adereço,

Pois foi tão alto o preço

Que o Cordeiro perfeito

Nessa Cruz pagou por mim.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 16/04/2022
Reeditado em 12/03/2023
Código do texto: T7496560
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