Páscoa
Eu testemunhei os fatos...
Sendo um dos legionários
Incumbidos por Pilatos
Da missão tão insolente
De conduzir ao calvário.
O Galileu inocente.
Vi Pilatos opulente
Lavar as mãos na bacia
E agradar a multidão
Condenando um inocente
A morrer em agonia
Dando sua aprovação
E o povo, tão confuso
Gritava-lhe crucifica!
E nos solte Barrabás
A lembrança que fica
Apesar de todo o abuso
O homem estava em paz
Apanhou e foi humilhado
Chicoteado e cuspido
Sem dó e sem piedade
O Pai estava ao seu lado
E a dor do filho querido
Resgatou a humanidade
Me deram o andrajoso
Amarrei-lhe um madeiro
E se ergueu tremulante
Porém forte e corajoso
Conduziu o seu argueiro
Até o último instante
No Calvário, o condenado
Perdoou os seus tiranos
E cravado em uma cruz
Bradou bem alto, Jesus:
Pai, está consumado, e
Cumpridos os seus planos!
Agora entendo, por fim:
A cruz que trago no peito
Não é um mero adereço,
Pois foi tão alto o preço
Que o Cordeiro perfeito
Nessa Cruz pagou por mim.