Ode à minha Terra

Sorriso aberto como o céu sem nuvens,

pele macia como a flor do sol,

corpo acolhedor como uma chuva de inverno

e alma quente como café passado na frente do meu amor;

Alma veraneia como o carnaval;

teu abraço é como as ruas de São José,

teu beijo tem ventos turvos marcando zero no Marco Zero

e tua vida é um paço que sambo Arsenal.

Tua mente nebulosa, Quatro Cantos,

teu cheiro Aurora;

teus encantos é um Paço que danço Frevo,

calibrando nossas vidas selvagens.

Caminhando calejadamente

maldita Ladeira da Misericórdia

que nem misericórdia tivestes

quando levastes ele de mim,

lembras?

São Pedro corre no Carmo,

dança nas Ladeiras,

escorrega no carnaval,

me entrega teu mal,

maldito Bacalhau.

Aos sábados o Galo canta,

no domingo a folia vibra,

na segunda as Ladeiras fervem,

terça traz um legado dizendo

que a Quarta ficará cinza.

Finalizando eternamente

momentos de epifania;

acorrentados no Forte das Cinco Pontas,

preso no chão batido da capela

onde as lágrimas lavam o chão.