PASSAGENS DE ANO
Era uma vez um menino que usava azul e rosa
Plantava bananeira e desenhava chuva com giz
Até que o céu pandemia de vez molhado de fé
Era uma vez esta menina que usava rosa e azul
Pintava programas antigos torcendo algoritmos
Até que o céu pandemia de vez molhado de fé
Reinventando 2021 o menino fez que fez
Guardou numa letra o ano que se anuncia
E esqueceu de lembrar como diz boa sorte
A menina fez que fez em 2021 que virou letras
Antes, pintou o sete e fez bruxaria nas escolas
regando planta seca em vaso descolorido feio
Os dois separados puderam ser mais que um
Enquanto céu pandemia de vez sem cor e fé
E desejaram que sementes rompessem lacres
Agora os dois que são um só e ninguém lhes
Deseja feliz duas mil e vinte e duas leituras
Derramadas em pétalas de quaisquer cores
De par em par somos milhões fora do dicionário
Desaguamos fé e cor pra desejar-te e ao mundo
Novos trezentos e sessenta e seis dias de amor