DO CREDO À RESSURREIÇÃO DOS MORTOS. Alusão ao Dia dos Finados, 2 de Novembro
Poema "de fôlego", com 90 versos (redondilhas maiores) em 9 décimas.
DO CREDO À RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Valdir Loureiro
ROTEIRO TEMÁTICO
1- Credo nosso
2- Sofrimento
3- Reverência
4- Em casa
5- Colegas que se foram
6- Despedida
CAMPO-SANTO (CEMITÉRIO)
E a Vida nunca termina
7- Dois de Novembro
8- Através da vidraça
9- Encarnação, ressurreição
CONTEÚDO POÉTICO
1- Credo nosso
Sobre O Dia dos Finados,
vou dizer meu pensamento:
eles são ressuscitados
no credo do sentimento.
Rezamos com muita fé,
ajoelhados ou de pé,
um sem manto, outro com véu.
Parece que estamos vendo
a pessoa ali, dizendo
como é a vida no Céu.
2- Sofrimento
Depois, na terra, ficamos
com a lembrança imortal
das lágrimas que derramamos
na hora do funeral.
Se tiver sido recente,
a tragédia é mais plangente,
que a dor não saiu do peito.
E se já faz muitos anos,
a dor fere em outros planos.
Sofremos com o mesmo efeito.
3- Reverência
Hoje o dia é dos Finados.
Porém, a nós vivos, resta
muita saudade que atesta
o quanto eles são lembrados.
Nós, saudosos e irmanados,
aqui os reverenciamos.
Também nos aconselhamos
um ao outro, como irmãos
crédulos, mortais e cristãos
com a fé que professamos.
4- Em casa
A alguém, falta a coragem
de ir até ao cemitério,
para prestar homenagem
póstuma, já no campo etéreo.
Prefere ficar em casa
com a tristeza que o arrasa
também nos campos terrenos.
O que os olhos não veem
os sentimentos não leem.
E o coração sofre menos?
5- Colegas que se foram
Os Colegas que partiram
para a Outra Dimensão,
dos nossos olhos, sumiram;
mas, da nossa mente, não!
A prova está na expressão
das palavras que dizemos.
Um após outro, fazemos
quase um cortejo final
de homenagem espiritual
quando um amigo, perdemos.
6- Despedida
Tão vasto como Este Dia
de caráter imortal,
meu poema também seria
nesta rede virtual.
Mas despeço-me, afinal,
após ter feito um lençol
de versos todos em prol
dos mortos que, na verdade,
vivem na Eternidade.
E estarei no mesmo rol.
CAMPO-SANTO (CEMITÉRIO)
E a Vida nunca termina.
7- Dois de Novembro
Chega o Dia dos Finados,
de visita ao cemitério:
o silêncio é um mistério
pela voz dos enterrados.
São muitos antepassados
que o sal da terra domina.
"O cemitério é salina
que não conserva a matéria
porque se faz carne etérea."
E a Vida nunca termina...
8- Através da vidraça
Quem contempla diariamente
a imagem de um cemitério
sente um ar telúrico e etéreo
que sopra invisivelmente.
Percebe tal como sente
um anjo que abre "a cortina
da atmosfera divina".
Olha por trás da vidraça,
fica em "estado de graça".
E a Vida nunca termina...
9- Encarnação, ressurreição
O espírito desencarna,
mas a carne ressuscita.
Nessa alternância infinita,
a Vida segue ou desarna;
“Ressuscita ou reencarna” —
tudo é verbo que germina,
forma verbal que se afina
e, por essa afinidade,
suscita continuidade.
E a Vida nunca termina...
Valdir Loureiro
Para ver a data aludida, clicar abaixo:
https://www.calendarr.com/brasil/dia-dos-mortos/.