Tudo vira poesia

 

Versa o Poeta sabiamente sobre tudo

Sobre a vida, sobre a dor e a saudade

Sobre a lida, sobre o amor e a liberdade

E o tempo, seu grande objeto de estudo.

 

Versa o poeta sabiamente sobre o sonho

Sobre o engano, sobre o medo e a loucura

Sobre o ódio, sobre o erro e a amargura

E sobre tudo que o deixa tão tristonho

 

Versa o poeta sabiamente sobre o anseio

Sobre o vício, sobre o ócio e a vaidade

Sobre a inveja, sobre a ira e a maldade

Sobre o inferno que lhe impõe o devaneio

 

Versa o poeta sabiamente sobre a sorte

Sobre o belo, sobre o feio, e a covardia

Sobre o grito da aflição num triste dia

E sobre o silêncio da incerteza ou da morte

 

Versa o poeta sabiamente sobre o nada

Sobre o vácuo e sobre o caos do universo

Versa a calma e a euforia em cada verso

Para sua alma ficar cada vez mais aliviada

 

Versa o Poeta sabiamente o céu e a terra

Sobre as flores, sobre o sol, a lua e a água

Sobre a beleza dessa chuva que deságua

Sobre a força da esperança que ela encerra

 

Versa o Poeta sabiamente sobre o futuro

Sobre o mal dia perante a noite traiçoeira

Enquanto versa, o prescreve à sua maneira

Para tornar o próprio destino menos escuro.

 

Versa o poeta sabiamente e à sua vontade

Sobre os desejos, as ilusões e as fantasias

Em seus versos compõem belas poesias

Assim semeia tudo que sente de verdade

 

Versa o Poeta sabiamente sobre o mundo

Sobre os homens e sobre os outros animais

Sobre o desejo de que todos vivam iguais,

Com dignidade e plenamente, cada segundo.

 

Versa o Poeta sabiamente sobre o adeus.

Sobre o apego, a descrença e a provação

E sobre tudo que lhe maltrata o coração

 Versa também em orações para o seu Deus.

 

 

Poema em homenagem ao dia 31 de Outubro/ Dia Nacional da Poesia.

 

Adriribeiro/@adri.poesias

 

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 31/10/2021
Reeditado em 01/11/2021
Código do texto: T7375749
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