Nasce um Poeta.

Nasce um poeta

Ser poeta é deixar-se,

Dominar pelos sentimentos,

Entregar-se às palavras,

E deixá-las assumir o seu papel,

Misturá-las em versos e rimas,

Como em um chapéu de mágico,

Que sempre traz surpresas,

Diante do expectador.

São histórias e memórias tiradas de baús,

De experiências do viver e dos sonhos,

São tesouros escondidos em lugares às vezes ingrimes,

Ou entre nuvens distantes que caem sobre o coração do poeta,

Fazendo florescer ideias, princípios e convicções,

O alvo pode ser uma folha que cai,

Um raio de sol a penetrar a janela aberta do quarto,

Um sorriso desenhado em rostos tão tristes,

Um olhar meigo e fraterno para a mãe no leito,

Ou uma flor que se abre ao amanhecer,

O por do sol que toca o chão dizendo tudo,

Sem nada dizer.

A lua que assume seu posto,

E dá aos amantes a luz necessária,

Para um encontrar o outro,

E se amarem, mais nada.

As águas límpidas e tranquilas,

As agitadas também,

Os risos e gargalhadas,

Choros e lamentações,

O som da viola e o show da mulherada,

Tudo é poesia, e todas as coisas formam,

O que entendemos por poeta,

Aquele que dá vida às pequenas coisas,

Faz ver e querer amar os detalhes:

Um andar ou um gesto,

A voz suave e meiga,

A delicadeza de um olhar apaixonado.

O mergulho nas águas do mar,

Transforma-se em um adentrar-se,

E do interior retirar palavras que distinguem,

O mergulhar nas ondas ou dentro de si mesmo,

E fazer emergir estrofes e versos,

É Assim que se revela um poeta.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 20/10/2020
Código do texto: T7091838
Classificação de conteúdo: seguro