Nasce um Poeta.
Nasce um poeta
Ser poeta é deixar-se,
Dominar pelos sentimentos,
Entregar-se às palavras,
E deixá-las assumir o seu papel,
Misturá-las em versos e rimas,
Como em um chapéu de mágico,
Que sempre traz surpresas,
Diante do expectador.
São histórias e memórias tiradas de baús,
De experiências do viver e dos sonhos,
São tesouros escondidos em lugares às vezes ingrimes,
Ou entre nuvens distantes que caem sobre o coração do poeta,
Fazendo florescer ideias, princípios e convicções,
O alvo pode ser uma folha que cai,
Um raio de sol a penetrar a janela aberta do quarto,
Um sorriso desenhado em rostos tão tristes,
Um olhar meigo e fraterno para a mãe no leito,
Ou uma flor que se abre ao amanhecer,
O por do sol que toca o chão dizendo tudo,
Sem nada dizer.
A lua que assume seu posto,
E dá aos amantes a luz necessária,
Para um encontrar o outro,
E se amarem, mais nada.
As águas límpidas e tranquilas,
As agitadas também,
Os risos e gargalhadas,
Choros e lamentações,
O som da viola e o show da mulherada,
Tudo é poesia, e todas as coisas formam,
O que entendemos por poeta,
Aquele que dá vida às pequenas coisas,
Faz ver e querer amar os detalhes:
Um andar ou um gesto,
A voz suave e meiga,
A delicadeza de um olhar apaixonado.
O mergulho nas águas do mar,
Transforma-se em um adentrar-se,
E do interior retirar palavras que distinguem,
O mergulhar nas ondas ou dentro de si mesmo,
E fazer emergir estrofes e versos,
É Assim que se revela um poeta.