Negritude! Qual é a sua cor?
Negritude! Qual é a sua cor?
Seria a dos negros Nagôs?
Oprimidos e injustiçados?
Ou aquela dos Griôs?
Livres contadores de histórias?
Que citam os antepassados,
Trazidos de suas memórias,
Ou criadas dos seus ideais,
Contando suas vitórias,
Dos tempos que não voltam mais?
Negritude! Qual é a sua cor?
Seria a do negro banto?
Arrancado de sua terra,
Sem poder fazer sua guerra,
Só derramar doloroso pranto?
Nos porões da escravidão,
Afro de tudo que é canto,
Sofrendo com seu irmão,
As amargas dores do banzo?
Negritude! Qual é a sua cor?
Seriam as cores da bela Angola,
Que veste o velho e veste o moço?
Ou a cor do ouro das argolas
Que as negras trazem no pescoço?
A cor dos afreakas do norte?
Povo de pele avermelhada.
Região quente e de gente forte,
Do seco pó da terra forjada?
Negritude! Qual é a sua cor?
É a cor dos crioulos mestiços?
Que traz na pele a bela mistura,
Da carne com amor e feitiço,
Religião, História e cultura?
Ou é a negra pele clareada?
Dos nossos belos mulatos?
Talvez a cor da própria lisura,
Estampada no seus atos?
Negritude! Sabe qual é a sua cor?
Na África, no Brasil, ou onde for?
Depois de analisar amiúde.
Chegamos à conclusão,
Que a cor da negritude,
Não está na pele que ostenta,
Pois ela não faz distinção.
Mas está no valor da atitude,
Que combate a discriminação.
Cor que esbanja garra e virtude.
Humanidade e determinação.
Adriribeiro/@adri.poesias