Cinquenta e cinco

Meia década que soma-se a meio século de existência...

e em meio a tanto tempo

quantas histórias giraram ao redor do sol

quanto de vida se foi

e veio de experiências

tantas foram as vitórias

e tantas, também, derrotas

tantos foram amores

e decepções

tantos foram os erros

a construírem razões...

soma-se também a esse tempo

o tento, o atempo

as perdas

o início do fim dos medos

a língua menos usada

e os olhos de desapego...

é o tempo certo de não ser vaidades

de ter liberdades

com equilíbrio e verdades

do que ainda nos cabe

pro deixar fluir

e viver

ainda é esse tempo

de ter a sobriedade

pra se consumir

com toda ebriedade

nas vontades

que o espírito exigir

que o tempo seja sempre o mesmo

a correr

sem nunca se corromper

e sempre a oferecer

oportunidades

e não acatar desperdícios...

o fácil e o difícil

já não faz sentido

porque o tempo de agora

é de equilibrio

e enquanto o corpo viver

que os olhos continuem contemplando

o que só o espírito pode ver

o que faz o sangue ferver

e o coração aplaudir.