Um brinde na praia
Que saudades de você, Drummond!
Como eu queria puxar uma prosa boa contigo.
Falarmos de Minas, Bahia do amor e do mundo.
Sonhei que você, Drummond, estava na praia
Sentado na areia fina da praia de Coroa Vermelha,
De sunga e um cocá da cabeça.
Você era um índio, Drummond, um brasileiro nato.
Jorge Amado chegava de ultraleve e pousava na praia
Ria aquele riso ateu de sempre, sem fé,
Mas tendo fé na vida sobrenatural dos amantes
Do Pelourinho com sua comida cheia de dendê.
Drummond você gargalhava na praia escutando
O bolero de Ravel no outro lado da praia...
João Cabral estava lendo e bebendo vinho de Portugal
Batendo um papo com Neruda, Drummond.
Seus amigos chegaram na caravela vindo do sol
Vindo do sol de verão entre o Rio e Bahia.
Minas estava chovendo.
Quintana, Bandeira, Vinícius, Paulo Mendes...
É muita gente boa para a festa, Drummond.
José saiu de seu poema para beber uma gelada com você, poeta.
Que saudades de você todos!
Obrigado!
Obrigado!
À bientot mon ami!
Isso, até breve amigo!