EU SOU O FOLCLORE
FOLCLORE
Toquem os tambores, soltem rojão, vibrem as
Cores: verde, azul, amarelo, e branco
Rejubilem povos miscigenados emanados de manifestação popular
Que por todos os cantos deste Brasil, sua marca vem deixar!
Represento a identidade do meu povo,
Sou festejado neste 22 de agosto, e gostaria de me apresentar:
Hey, abre as avenidas que eu quero passar...
Venho trazendo o carnaval com suas cores vibrantes para meu povo enfeitar, com o frevo, samba, que movimentando grandes escolas, desfilando em fevereiro e faz meu povo vibrar, mas também com a tradição dos caretas que me representam em distinto lugar.
Hey, abre os espaço, eu quero passar... me apresento como rei do sertão, sou o forró, o xaxado, a mazurca, o baião, pulem, cantem e dancem porque trago no meu bornal uma grande alegria...chegou a festa junina comidas típicas, fogueira, quebra pote, pau de cebo, eita que alegria!
‒Venha Luiz Gonzaga rei do Baião, cantar pra nós aquela canção!
‒“olha pro céu meu amor...ver como ele está lindo, olha pra aquele balão multe cor, como no céu vai surgindo, foi numa noite igual a essa, que tu me deste o teu coração, o céu estava assim em festa porque era noite de São João, havia balões no ar, xote, baião no salão, o no terreiro o teu olhar que iluminou meu coração!”
Hey, abre a floresta eu quero passar...
Venho trazendo no rosto, o encanto dos personagens a bailar
Nas veredas do sertão...a Curupira, Saci-Pererê, Mula Sem Cabeça, Boitatá, saldar nosso folclore enfeitado a lenda popular.
Hey, abre a porta, eu quero passar... no bornal trago reisado, novena, pífanos para se apresentar, soprando a gaita, tocando a caixa e o zabumbo, cantando de porta em porta a tradição venho esquentar...
Hey, abre o terreiro que eu quero passar... trago a benzedeira, a parteira, para aqui também entrar... nesta festa bonita das manifestações culturais nascidas no berço desse povo, influenciados pela cultura Europeia, indígena e africana.
Povo negro e indígena, que em nosso Brasil resistiu, apesar dos massacres a esse povo varonil, que sendo nativos os índios nesta terra de céu azul anil, ainda hoje ver seus direitos sendo estipados, dentro de um sistema político dissabor.
Hey, Abre a porteira, eu quero passar... também aqui quero me destacar, nesta mistura de som, música e graça, a influência de um povo, que na terra de Santa cruz vem acampar, trazidos por portugueses no grande navio negreiro, para uma triste realidade enfrentar, servir de escravos para os brancos se deleitar, na produção de açúcar ao cuidado do gado a lavoura o roçado, obrigações regidas pelos brancos nos tristes arraias. Esses são nossos amigos negros que veio sempre acrescentar.
Depois dessa brincadeira passando em distintos lugares quero já me despedir, mas antes quero deixar meu protesto, neste novo tempo tomado pela tecnologia que vem como progresso, eu estou perdendo espaço, é o que sinto no meu universo, seja por falta de incentivo das organizações governamentais, seja por despretensioso desleixo de não me passar adiante, transmitindo meu saber para as gerações posteriores,
Seja na escola, na roda de conversa, no encontro, sim, meu senhor! Preciso ganhar vida... eu faço parte da identidade do povo porque também sou encanto, sou alegria, sou cultura, embora velho, também me torno novo.
Mas surge no céu uma esperança, que desponta de minuciosos gritos, de manifestos sussurrados nos ouvidos da Deputada Benedita da Silva, que ouvindo meu clamor neste tempo mesmo tomado por horror, vivendo em pandemia pelo corona vírus que no Brasil se alastrou.
Que vendo esse mal tirando nossos anciãos da cadeia de promoção da multiplicação da sabedoria popular, que retendo muito conhecimento, muitos, um adeus está a nos deixar. Houve comoção, e uma chama linda, surge no ar: A Lei Aldir Blanc, que meu Brasil inteirinho vem beneficiar.
A gigantesca lei ganha seu nome de sua relatora Jandira Fegalli, que homenageando um grande compositor e cantor, que marcou a cultura e que no dia 04 de maio de 2020 com o coronas seguiu e nos deixou.
Assim nasce a lei 14.075 de 2020 intitulada lei Aldir Blanc que trás
Esperança a essa cadeia cultural, se alegrem todos os fazedores de cultura e me façam ter de novo a alegria de viver, mesmo em tempo de pandemia...reinventem, imaginem, como posso viver, peço porém que, não me deixem morrer.
Prazer em conhecer eu sou o folclore tenho prazer em dizer...