Filho
Do helicóptero onde nasci
Nuvens abrem-se para mim
Mantos feito algodão doce
Anestésicos e antialérgicos
Pescoços e pessoas
Roupas azuis desbotadas
Sorriam escondidas
Falavam entre máscaras
Vim à Luz dum abajour
Cortaram meu alimento
O corpo limparam
E aguardaram meu choro
Roupas azuis escuras
E acho tudo muito chato
Muito barulho e risadas
E o choro de minha ama
Esperando está meu pai
Presente que do Céu chegou
Dos trinta pés de altitude
Direto para a maternidade
Aqui só quero dormir
Enrolam em mantas quentes
Colocam-me em limpas camas
Balançam-me docemente
Se choro de fome
Ou até de nariz entupido
Barulhos ficaram fortes
E um pouco de dor de ouvido
Agora a mãe quer pegar
Alento junto a seu peito
Eu em sono manhoso
Mamo, arroto e deito
O abraço quente da mãe
Meu pai sorri de alegria
Os olhos abertos atentos
Brindemos àquele dia