Filho

Do helicóptero onde nasci

Nuvens abrem-se para mim

Mantos feito algodão doce

Anestésicos e antialérgicos

Pescoços e pessoas

Roupas azuis desbotadas

Sorriam escondidas

Falavam entre máscaras

Vim à Luz dum abajour

Cortaram meu alimento

O corpo limparam

E aguardaram meu choro

Roupas azuis escuras

E acho tudo muito chato

Muito barulho e risadas

E o choro de minha ama

Esperando está meu pai

Presente que do Céu chegou

Dos trinta pés de altitude

Direto para a maternidade

Aqui só quero dormir

Enrolam em mantas quentes

Colocam-me em limpas camas

Balançam-me docemente

Se choro de fome

Ou até de nariz entupido

Barulhos ficaram fortes

E um pouco de dor de ouvido

Agora a mãe quer pegar

Alento junto a seu peito

Eu em sono manhoso

Mamo, arroto e deito

O abraço quente da mãe

Meu pai sorri de alegria

Os olhos abertos atentos

Brindemos àquele dia

Glaussim
Enviado por Glaussim em 16/04/2020
Reeditado em 30/04/2020
Código do texto: T6918673
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