Meus Anos, Uma Vida
Reflito nos dias passados,
Me tomo de prudência...
E penso onde nesses anos acumulados,
Viví em grande fulgência?
Tantas oportunidades perdidas,
Outros rumos tomei...
Meus caminhos deixaram feridas,
E delas todas me curei!
Nasci pequena a chorar,
Quando a luz do mundo vislumbrei...
Mal sabiam que eu estava a me apaixonar,
Por este mundo me encantei!
Acostumada no útero pela escuridão,
Apenas uma música todo dia a escutar...
Eram as batidas rítmicas de um coração,
Que batia a vida que eu deveria amar!
Cresci entre os animais domésticos,
Na horta, no jardim e no quintal...
Eles me ensinaram segredos mágicos,
E me revelaram belezas sem igual!
Os animais sempre diziam,
Como eram parecidos comigo...
E sempre alegres transpareciam,
Que perto de mim não havia perigo!
As flores contaram- me do que gostam,
E porque vivem a dançar...
O bater das asas dos pássaros entoam,
A mesma música que o vento vai cantar!
Os insetos tanto ensinaram,
Sobre a grandiosidade nas coisas pequenas ...
Mesmo que frágeis pareçam,
Juntos não são só um, podem ser centenas!
O mundo mudava constantemente,
Meu corpo com ele também!
Mas, minha alma e minha mente,
Nunca mudavam, nem por ninguém!
Conforme fui crescendo,
Fui comprovando o que ainda a criança via...
E também fui percebendo,
Que uma missão me cabia!
Sempre olhei cá dentro de mim,
Sabia que o mais importante cá guardava...
Sabia que as riquezas do universo sem fim,
Para o exterior emanava!
Passados tantos anos vividos,
Aquela criança não mudou...
Ainda fala com os animais seus queridos,
Ainda canta para a flor que brotou!
Pela vida novamente me apaixonei,
Foi quando meus filhos nasceram...
Com eles novamente me encantei,
E com eles um novo mundo trouxeram!
Se dentro de mim um milagre acontece,
O que posso fazer ao meu redor?
Lembrar a pessoa que se esquece,
Que somos iguais, nem maior nem melhor!
Quantos perigos me cercaram...
Em quantas ciladas tropecei!
Mas, com Deus e seus anjos que me guardaram,
De todos elas escapei!
A morte muitas vezes me rondou,
Tentando impedir minha lida...
Mas, de mim ela se afastou,
Cada vez que invoquei por vida!
Fui violada, machucada, excluída,
Fui discriminada e banida...
Fui insistente, determinada,
Nem pela tristeza fui vencida!
Meu corpo já cansado e doente,
Não pode também me tirar...
A minha paz evidênte,
E a alegria que me faz cantar!
E onde estará o esplendor de meus anos...
Eu a resposta já sei!
O dia que nasci foi glorioso,
E o dia de hoje que alcancei!
Alma Nua,
Sábado, 06 de Outubro de 2007, 02: 21
"Feliz por estar viva!
Feliz pela vida!
Feliz por produzir vida!
Feliz por proteger a vida!"