Minha Mãe Batalhadora
Eu ainda pequeno quando quiseram saber
O que eu queria ser quando crescer,
Um médico, um professor, um engenheiro?
Um dentista, um arquiteto, um cozinheiro?
Um ator, um advogado, um escritor?
Um diretor, um cantor, um compositor?
Um militar, um bombeiro, um policial?
Um soldado, um combatente, um oficial?
Fiz cara de dúvida, cocei a cabeça, olhei paro o alto,
Insistiram, queriam minha resposta de assalto,
Que serviço realizaria ao atingir a maioridade,
Que profissão exerceria nesta humanidade,
Um aviador, um mecânico, um motorista?
Um lutador, um lavrador, um eletricista?
Um confeiteiro, um padeiro, um faxineiro?
Um jogador, um pedreiro, um carpinteiro?
Um costureiro, um cabelereiro, um empresário?
Um garçom, um balconista, um comissário?
Enfim respondi que queria fazer tudo isso
E não rejeitaria jamais um compromisso,
Porém disseram-me que isso não era possível,
Mas que minha resposta tinha algo de incrível,
Insisti argumentando que minha mãe era assim,
Todos os ofícios ela tinha, fazia tudo enfim,
Ela cozinhava, limpava o chão, a roupa lavava,
Assava pão e no quintal sementes plantava,
Cuidava das galinhas e seus ovos recolhia,
Omeletes, saladas e bolos com eles fazia,
Ensinava o que sabia a nós os seus filhos,
Arroz, feijão, misturas e iguarias de milho,
Ela conhecia as plantas e os diversos chás,
Poejo, cidreira, pariparoba, pacová,
Arruda, alecrim, hortelã, capim santo,
Doutora não por diploma, mas por encanto,
Professora, pedagoga e catequista,
Administradora, contadora, economista,
Era assim pau para toda e qualquer obra,
Pois talento e dom ela tinha de sobra,
Se quero me dar bem no empreendimento,
Penso nela e não desanimo no intento,
Pois ela me mostrou que posso fazer,
Seja onde for a dedicação me faz crescer.
Agradeço por tudo que me fez a mãe querida,
Principalmente por não opor aos desafios da lida,
Por me ensinar a transformar azedume em mel,
E mostrar a coragem que nos conduz ao céu.
Aberio Christe