Camisa de força
Esta eu não aceito, pois não pretendo
Entrar numa caixa que não me cabe
Nem me definir como o que não sou
Não aceito que arrebatem de mim
Os sentimentos dos quais há muito me fiz
E o ser que me fui tornando ao longo da vida
Sou a soma da vida e dos anos que sempre quis
E não posso me perder dessa busca essencial
Ser tão somente esposa, mãe e dona-de-casa?
Quero ser bem mais que esses títulos ou pechas
E não me vejo acorrentada a ninguém que não me aceite
Verdadeira face de mim, nem você, oh meu amor!
Pois sou essência de mim mesma
Não aceito a camisa de força na qual me queres
E distante de mim eu não irei, pois a vida que quero
Está, essencialmente, em mim e no que quero ser
Não está em você, nem na vida absurda e amordaçada
Que, equivocadamente, queres para mim!
Camila Nascimento.
São Luís, março de 2018.