Advogado

Quando a um a multidão insulta,

E sobre o acusado se arremete,

E este só e desesperado procura

Uma pedra na qual se sustente.

Surge ele, que com o seu aríete,

Abre brechas no sumário da culpa.

Normalmente um homem de letras,

Cujos braços a ninguém intimida.

De cabelos alvos e brancas suíças,

Enérgico, clama e defende a vida!

Este bedel que as suas teses fixa

E que ao réu defende com firmeza,

Tem a força de calar o "crucifica!"

E o poder de promover a justiça.

Sua voz dá abrigo ao injustiçado.

O conhecimento é o seu cabedal.

E com o argumento bem colocado,

Amiúde, traz silêncio ao Tribunal.

Ao final a sentença é prolatada:

"Absolvido! De toda a acusação!"

A turba, algoz, agora é calada.

E o acusado desaba em emoção!

O ofício do causídico foi perfeito

E a sua atuação foi magistral!

O Tribunal firmou justiça ao feito.

E restabeleceu-se a paz social.

Honorários ficam fora de questão.

Se muito, recebeu um "obrigado"!

Realmente, carece de abnegação,

O nobre ofício de ser Advogado.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 11/08/2018
Reeditado em 11/08/2018
Código do texto: T6416029
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