Arraial de Cubatão
Reeditado.
Nasceram todos juninos
No arraial de Cubatão.
Nasceram todos, meninos:
Antônio, Pedro e João.
Antônio tornou-se padre
E seu Pedro um pescador.
E João, pelo o que se sabe
É chamado bom pastor.
Antônio foi pra outras terras
Para sua igreja pregar.
Passou fome em meio às guerras
Mas ainda vive por lá.
João tem muitos carneiros
Que cria com devoção
Pastoreia o ano inteiro
Sem chicote e sem ferrão.
E Pedro desde menino,
Vive pescando no mar.
Dá o peixe aos pequeninos,
E ainda ensina a pescar.
E sempre que chega o mês
Da fogueira e do balão,
Lá se reúnem os três
No arraial de Cubatão.
Vem muita gente de longe
Visitar esse arraial.
Tem cocada e tem ponche,
Pé de moleque e curau.
Outros doces têm também
Espalhados sobre a mesa.
No pau de sebo convém,
Só subir quem tem destreza!
Tem quadrilha, tem casório,
Tem quermesse o mês inteiro.
Tem quentão e foguetório,
Bandeirinhas no terreiro.
Cada santo tem seu mastro
Uma reza e uma bandeira.
Os balões parecem astros
Confundindo a lua cheia.
Cada qual tem sua fogueira
Pra guardar a tradição.
Vem Antônio, abre a porteira
Depois vem o seu João.
E Pedro, no fim do mês,
Meio triste fecha o pano.
Despedem-se então os três
Pra voltarem no outro ano!
Rev. 2022***
De JAL.