O CORPO MATERNO E A MÁGICA VIAGEM
Saí da matéria etérea
a que estava subordinada
pelas leis universais.
Teu corpo, aberto em flor,
dava-me sinais.
Querias abraçar o Amor,
senti-lo nas mais altas
expressões angelicais.
Chamaste-me com doce suavidade.
Eu atendi, disposta à felicidade.
Mãe,
por um impulso natural
-conduzido pela Suprema Inteligência Universal
detentora de profundos conteúdos antropológicos-
mergulhei no teu líquido amniótico.
Ali me recolhi.
Tuas ternas impressões senti.
Teu sonho de menina-mulher
me impregnou o ser.
Mãe, obrigada por na carne
me fazer reviver.
Lutas severas me aguardavam.
E disso eu nada sabia,
nem compreendia.
Linguagens complexas me escapavam.
Mãe,
teu leito acolhedor
por nove meses me aqueceu.
Mãe,
quanta coisa tive acesso
no calor do ventre teu.
Lições de Amor imensuráveis
e sutis.
Diferentes das duras provas
às quais me submeti.
Mãe,
estás sempre disposta à ensinar,
por isso todas vezes que
os estímulos mundanos
teimarem em querer me torturar...
Eu sempre voltarei, minha mãe!
Para o nosso cantinho secreto...
Buscarei pela proteção que me
deste naquele precioso lugar!