Sobre mim (mulher)

Compartilhando texto do amigo Luiz Carlos Rodrigues do Amaral (L!ão) em homenagem às mulheres.

SOBRE MIM

Eu falo sobre mim e sobre todas as ‘mim's’ que existem por aí; por lá e por cá.

Eu sorrio; eu rio:

sou um rio de emoções.

Eu grito; eu xingo;

eu não existo: eu vivo.

Eu choro.

Sabe por que choro?

Choro por tudo.

Choro porque luto.

Luto por tudo.

Luto pela igualdade das diferenças.

Em luto, pela desigualdade que me assola.

Trabalho fora, trabalho dentro.

Eu me sustento.

Sustento o mundo.

Como Atlas.

Um gigante fantasiado de flor.

Sou pedreiro, sou pedreira, se for preciso;

sou servil, sou servente, serventa;

presidente, presidenta.

Sou política, que faz política.

Sou ator, sou atora; atuo, não atoa.

Sou pai; sou mãe;

sou pãe; sou mai; sou mais.

Sou homem; sou menino; sou menina.

Eu sou mulher. É tudo o que sou. Mas não sou tudo.

Porque todo o resto é pouco.

Ser mulher não é muito;

ser mulher é justo.

Ser mulher me basta.

Não quero ser mais;

Mas, muito mais, não aceito ser menos;

O que sou me orgulha.

Você não pode me comprar.

Não vai me conquistar com caviares.

Não preciso que me leve a jantares.

Não sou produto de bares.

Das flores, não quero os cadáveres,

quero o cheiro, a beleza.

Não me regarei com minhas lágrimas.

Serei o adubo de mim.

Não me dê nada.

Eu não preciso nem quero.

Apenas retribua.

Eu me chamo Aline, Alice, Mônica, Helena, Telma, Joana... João.

Por que não?

Posso ser João, que virou Maria;

posso ser Maria que virou João.

E posso ser Maria, sempre Maria.

Maria todo dia

ou dia sim e dia não.

Ou posso me chamar Diadorim.

Isto, também, sim.

O meu nome é só um embrulho.

Quer me conhecer? Me desembrulhe.

Se não me aceita, me respeite.

Não me importa ser presente pra você.

O que eu quero é ser sempre o maior presente que recebi em minha vida

L!ãO 23/02/2018

Luiz Carlos Rodrigues do Amaral (L!ão)
Enviado por Carlinhos Colé em 08/03/2018
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