26 de Janeiro
À véspera da conclusão
De outro ciclo solar
Penso sobre a diminuta imensidão
Que de vida insisto em chamar
No duro cerne de meu coração
No fim do ciclo Thânatos aguarda
Gargalhando, de mão estendida
Para arrancar da farda
Graduações que obtive na lida
Feito glutão em plena garfada
A eternidade não mais sorri pra mim
Na virada do ciclo Thânatos dara em minha direção mais um passo
Da morte escuto brindes e festim
Da cripta, enevoado espaço
Esculpida em barro putre e não em marfim
Aguardo mais um ciclo que termina, movimento viciante
E que me aproxima do Anjo de asas negras
Nesta translação constante
No meu caminhar por veredas
Um quase aniversariante.