DIA DOS MORTOS

Dia dos mortos dia de todos nós

No fim da estrada existe um cadafalso

Uma forca que cala nossa voz

Amanhece e meus sapatos eu calço

Vou pela estrada neste dia dos mortos

Cadáver adiado, disse Pessoa

Mas seguirei com os meus passos tortos

Sem perceber que a morte sobrevoa

Na minha religião poeta não morre

Vive distraído pela eternidade

Embriagado de estrelas no eterno porre

Não percebe quando apaga a cidade