Baú da infância
Vesti com alegria
Rara fantasia
Dos idos de criança
Achei-a num baú perdido
Onde estavam escondidos
Os tesouros da infância
Lá restaram tintas coloridas
Ainda não esmaecidas
Pelo tempo na escuridão
Suas nuances tingiram a vestimenta
De azul, verde, laranja e magenta
Com vívida coloração
Os sonhos que lá ficaram guardados
No escuro sombrio e empoeirado
Sorriram novamente para mim
Em algazarra, pularam livres
Deram cambalhotas felizes
Numa peraltice sem fim
Também um papel foi encontrado
Enrolado e desbotado
Enlaçado com fitas de cetim
Continha letras trêmulas, amarelas
Cuja poesia leve, singela
Versava sobre o porvir:
“O ser torna-se criança
Ao buscar, no baú da infância,
Coloridas razões para sorrir...”