CANDURA INFANTIL

Hoje deixei meu cabelo arrumado

Com uma fita de lado.

Coloquei um vestido rendado,

Meus brincos dourados,

O sapato alto, que nunca havia usado.

Sai por ai, sem destino algum,

Toda arrumada, encantada,

Ouvindo minha mãe falar:

– Tome cuidado, não vá tropeçar,

Nem se sujar.

Com sorriso no rosto, exposto,

Por onde passei, a todos acenei.

Encontrei um moço, charmoso,

A professora da escola, lembrando-me da aula

Uma criança sorridente

Que me reconheceu imediatamente.

Em uma palavra de travessura,

Ou seria candura?

Reconheci meu amigo,

Que tanto brincou comigo.

Brinquei de casinha

Com meu amiguinho,

Esconde-esconde, amarelinha….

Ele de boné, bermuda,

Umas bolas de gude, arruda

E um estilingue num só bolso

Que dia gostoso, formoso!

Voltei a infância,

Virei criança

Vestida com as roupas de minha mãe.

Uma princesa crescida.

Toda menina quer ser parecida

Como nos contos de fada.

Lembranças que trago,

Guardadas no coração, como afago

Da menina crescida, querida,

Que brincou muito na infância, moleca,

Que ainda se vê no rosto de uma boneca.

Ana Maria Lemke dos Santos
Enviado por Ana Maria Lemke dos Santos em 10/10/2017
Reeditado em 10/10/2017
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