CANDURA INFANTIL
Hoje deixei meu cabelo arrumado
Com uma fita de lado.
Coloquei um vestido rendado,
Meus brincos dourados,
O sapato alto, que nunca havia usado.
Sai por ai, sem destino algum,
Toda arrumada, encantada,
Ouvindo minha mãe falar:
– Tome cuidado, não vá tropeçar,
Nem se sujar.
Com sorriso no rosto, exposto,
Por onde passei, a todos acenei.
Encontrei um moço, charmoso,
A professora da escola, lembrando-me da aula
Uma criança sorridente
Que me reconheceu imediatamente.
Em uma palavra de travessura,
Ou seria candura?
Reconheci meu amigo,
Que tanto brincou comigo.
Brinquei de casinha
Com meu amiguinho,
Esconde-esconde, amarelinha….
Ele de boné, bermuda,
Umas bolas de gude, arruda
E um estilingue num só bolso
Que dia gostoso, formoso!
Voltei a infância,
Virei criança
Vestida com as roupas de minha mãe.
Uma princesa crescida.
Toda menina quer ser parecida
Como nos contos de fada.
Lembranças que trago,
Guardadas no coração, como afago
Da menina crescida, querida,
Que brincou muito na infância, moleca,
Que ainda se vê no rosto de uma boneca.