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CARNAVA
Confetes, serpentinas,
Escolas de samba,
Colombinas,
Uma bebida gelada, fantasias,
Entusiasmo, euforia,
Como se a vida,
Fosse resumida
Em miragens de quatro dias!
O que sobra quando chega
A quarta-feira,
Com as cinzas espalhadas pelo chão,
Restos de noites inteiras
De entusiasmo,
senão a efemeridade
da louca sensação?
O que resta, afinal,
Para a alma ansiosa
De quem se entrega
a este vendaval
De cores e brilho,
Cantando nas ruas o estribilho
De um samba-enredo
Tão empolgante,
Envolvente e fascinante,
De todo carnaval?
Nada importa! O folião,
Espera o ano inteiro,
Com sua ébria ilusão
De desfilar pelas ruas!
É a alma de quem se empolga,
Esperando um dia de folga
Para viver a alegria que é sua!
Na quarta feira, silêncio e nostalgia!
As cinzas da festa,
São, de tudo, o pouco que resta,
Para o vento levar!
Na avenida vazia,
O folião ainda ouve o ritmo,
Da Salgueiro ou da Portela
Marcando na passarela,
O seu compasso final!
Despede-se saudoso, acenando
E, no pensamento, vai criando,
O tema-enredo do próximo carnaval!
 

Guillaume+Seignac%252C+Pierrot%2527s+emrace.jpgNajet, reeditado em Fev. de 2017.
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 24/02/2017
Reeditado em 24/02/2017
Código do texto: T5923066
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