Solstício Dezembro

Abandonar-se no mistério do mundo

Onde a experiência flui na entrega do todo

Nas sutilezas insondáveis no prisma do coração

Onisciência que celebraremos em sublime comunhão

Nos olhos fechados dos magos, a visão resplandeceu

Através da escuridão a luz do oriente ascendeu

Presença divina onde avulta o oceano da percepção

O infinito, inferido no interior da compreensão

Distender-se em átomos e moléculas no ar

O verbo se faz carne da ação se faz amar

Dadiva que difunde-se, no corpo a alma transfigurará

Em vibrações musicais, a perfeição modelará

Centelha divina que vibra

A primazia harmônica da realidade

Corpo puro sem paixão, misericórdia e perdão

Nos libertará da iniquidade

A inexorável história na epopeia da palavra, o espírito percorreu

Confluência de ser humano a divindade nasceu

No berço do governante prometido, na cidade de Belém

Nazaré foi a escolhida, para o visível atingir o seu apogeu

Nos recordará João, a expansão da consciência,

Além do espaço e tempo coaduna-se a inteligência

Faz necessário a clareza do êxtase da existência

O Salvador assumira a sua ambivalência

O homem que resignou-se com os Essênios aprendeu

A jornada inteligível os senhores da mente escreveu

Alfa e Ômega transcenderia a virtude da memória

Comunhão com a humanidade compreenderia na oratória

Batismos na Judeia, milagres na Galileia,

Fonte de Jacó, amigos em Jericó

Arimateia e Cesareia, Naim e Efraim

Todos somos um, no antes e no agora,

Em Deus louvaremos a sua eterna glória.