NEGRUME
Não chorei pelo desterro
Ao deixar a pátria nobre
Nem pelo malfadado erro
De ser vendido por vil cobre
De norte a sul eu fui jogado
Pelas terras das Américas
Tive meu couro marcado
Pelo timbre “made in África”
Não chorei pelo desdém
Após a falsa liberdade
E pra ganhar algum vintém
Fui escravo da sociedade
Não vejo nos olhos do meu filho
A chama acesa da esperança
De pelo menos ver seu filho
Livre da maldita usança
Não choro a descendência
De uma raça injustiçada
Apartada da convivência
Com a raça esbranquiçada
Tenho a força de trabalho
Igual a de qualquer pessoa
Mas a diferença de salário
É o que mais me magoa
Não! Eu não choro o passado
Mas só pelo que hoje dói no peito
Que é este mal disfarçado
E interminável preconceito
Não vem tolher o meu direito
De ser negro sim senhor!
Não chorei pelo desterro
Ao deixar a pátria nobre
Nem pelo malfadado erro
De ser vendido por vil cobre
De norte a sul eu fui jogado
Pelas terras das Américas
Tive meu couro marcado
Pelo timbre “made in África”
Não chorei pelo desdém
Após a falsa liberdade
E pra ganhar algum vintém
Fui escravo da sociedade
Não vejo nos olhos do meu filho
A chama acesa da esperança
De pelo menos ver seu filho
Livre da maldita usança
Não choro a descendência
De uma raça injustiçada
Apartada da convivência
Com a raça esbranquiçada
Tenho a força de trabalho
Igual a de qualquer pessoa
Mas a diferença de salário
É o que mais me magoa
Não! Eu não choro o passado
Mas só pelo que hoje dói no peito
Que é este mal disfarçado
E interminável preconceito
Não vem tolher o meu direito
De ser negro sim senhor!