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A visão anda encurtando
A audição olvidando
O paladar agridoceando
O olfato desaromando
O tato tateando
E os subprodutos
Vão sendo gerados
No processo chamado vida
Vejo um mundo cada vez menor
Os sons baixam de tom
Os gostos são duvidosos
Os aromas não tão cheirosos
O toque já não arrepia
Mas nada disso importa
Porque a cabeça ainda é porta
Aberta
Para o porvir
Para o rir
Para o sonhar
Para o amar
O grande amor da minha existência
Que me acompanha há mais de 40
Aos frutos que me deu
Presente maior de Deus
Aos velhos amigos presentes
Aos mais recentes
Aos que já estão ausentes
Mas não esqueço
Enfim para o viver
Mesmo num mundo menor
Mas repleto de enormes compensações
Sendo a maior delas
O acompanhar o novo
Pintado em cores especiais
Emolduradas em seres
Pequenos grandes amores
Que fazem a passagem
Ser plena
E plagiando o poeta
Infinita enquanto dure