POESIA – Mamãe – 07.05.2016
 
A saudade que mantenho da minha mãe é insuperável. Era a pessoa mais linda do mundo. Quanta sabedoria, tanto pudor, quanta humildade, tudo com louvor!  Ainda me lembro, e não poderia deixar de fazê-lo, quando ela magrinha, já vergando as costas, se punha a lavar roupas para a comunidade onde morávamos no intuito de ajudar o meu pai a manter a família. Era ele um simplório operário de uma indústria de trigo, tendo salário ínfimo e compatível com as suas funções. Como era duro vê-la empunhando um ferro de engomar daqueles antigos e pesados, carregado de carvão em brasa, sem demonstrar qualquer sentimento de revolta ou de arrependimento por haver parido cinco crianças de parto normal, até certo ponto saudáveis! Tempo bom para nós inocentes, que sempre contávamos com seu auxílio para irmos ao cinema, mesmo na plateia de segunda classe, pois daquele pouco dinheiro que recebia sempre escondia algum para seus filhos queridos. Minha mãe, por seu intermédio quero homenagear todas as mães do mundo, estejam na terra ou no céu.
 
POESIA – Mamãe – 07.05.2016
 
Minha mãe, desde que você partiu,
Num chamamento de Deus, nosso Pai,
A violência pra nós eclodiu,
Não saberemos dizer até onde vai...
 
 Sequer podemos por os pés na rua,
Corremos risco de sair e não voltar,
Nessa pura verdade nua e crua,
Meu coração implora, venha me abraçar...
 
Ao menos por momentos terei segurança,
Pois os homens daqui só pensam em matar,
A saudade dos tempos de criança...
 
Quando você me punha pra ninar,
Permanece nutrindo a esperança,
Que você possa vir para ficar.
 
 
Ansilgus

Fonte da foto: GOOGLE/INTERNET
ansilgus
Enviado por ansilgus em 07/05/2016
Reeditado em 08/05/2016
Código do texto: T5628126
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