Vestes da Alma
21 de março
Dia mundial da poesia
Eu me visto de poesias
Quando a estrada da vida
Outrora de amor florida
Perde sem perceber a luz
Nos becos da nostalgia.
Então a alma tristonha
Sentindo a lida enfadonha
O mundo às vezes perverso
Se põe a escrever os versos
Para clarear o universo.
Eu me visto de poesias
Quando a paz se distancia
Dando espaço à agonia
E o mundo fica pequeno
No existir nada ameno.
Com o coração apertado
O sal das lágrimas na face
A ausência de abraços
Busco nos versos encanto
Na inspiração os espaços.
Eu me visto de poesia
No inverno prolongado
Onde ronda a indiferença
Que sem o pedir licença
Deturba todas as crenças.
E quando me vejo descrente
Com vontade de ir embora
Vem a vida que é poesia
Banha meu ser de esperança,
Traz de volta a alegria!
Ana Stoppa