Vestes da Alma
21 de março
Dia mundial da poesia




Eu me visto de poesias
Quando a estrada da vida
Outrora de amor florida
Perde sem perceber a luz
Nos becos da nostalgia.

Então a alma tristonha
Sentindo a lida enfadonha
O mundo às vezes perverso
Se põe a escrever os versos
Para clarear o universo.

Eu me visto de poesias
Quando a paz se distancia
Dando espaço à agonia
E o mundo fica pequeno
No existir nada ameno.

Com o coração apertado
O sal das lágrimas na face
A ausência de abraços
Busco nos versos encanto
Na inspiração os espaços.

Eu me visto de poesia
No inverno prolongado
Onde ronda a indiferença
Que sem o pedir licença
Deturba todas as crenças.

E quando me vejo descrente
Com vontade de ir embora
Vem a vida que é poesia
Banha meu ser de esperança,
Traz de volta a alegria!

Ana Stoppa 

 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 21/03/2016
Reeditado em 21/03/2016
Código do texto: T5580930
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