Cultivo da Poesia!

Põe-se o sol lá longe

Atlântico distante,

Dourada seara, colheita

Folhas vagueiam ao vento

Suave, de março,

Aqui, precisamente aqui

A ocidente,

Nasce o sol

No orvalho primaveril,

E tudo recomeça!

Aram-se as frases,

Aparta-se o texto,

Destoem-se metáforas,

Alegorias, hipérboles,

Palavras, ditongos, monossílabos,

Queimam-se as daninhas,

Apartam-se as rimas,

E semeia-se em terra fértil

A doce e suave poesia!

Há poda, enxertia,

Rega, chaça-se aqui e ali,

Retocando, arrancando,

Palavras descuidadas,

Estaca-se um verso florido,

Amarra-se uma rima,

No cuidado, vê-se florir

Uma rima, um soneto,

Uma quadra, um terceto,

O sol aquece, incendeia,

Paixões, partidas, verões

Amores, mudanças, ilusões,

Odes que nascem, florindo

Colhem-se frutos silvestres

Lidos aqui e ali,

Inspiração alheia, sentir

Longínquo, trazido assim

Pela doce e suave brisa,

Aroma do vento sul,

Quente, amadurecido,

Dourando, adocicando

Versos, poemas, odes

Sonetos, e outros assim

Apenas sentidos!

Sentado, cansado,

O poeta admira,

Fértil terra da imaginação

Cuidada, acarinhada,

Do nada tudo produz!

E colhe poesia, trazida

Pelo tempo,

Que na terra caiu!

21/03/2016

Dia mundial da poesia!